Governo divulga nova proposta para policiais
Salário
inicial do soldado seria de R$ 3.225 e do investigador da polícia civil, de R$
4.020
O Governo do Estado divulgou ontem à noite uma
nova proposta de reajuste salarial para Polícia Civil, Militar e Científica. De
acordo com a Secretaria da Administração e Previdência, as novas tabelas levam
em consideração os limites orçamentários e financeiros e priorizam a
recomposição da remuneração da base das polícias. De imediato, a reação dos
policiais foi de insatisfação.
Para um policial militar que ingressa na
corporação, o subsídio inicial será de R$ 3.225 e com o tempo, poderá chegar a
R$ 4.838, caso não haja promoção para postos superiores (cabo, sargento,
subtenente). O maior posto da Polícia Militar, que é o de coronel, terá um
valor de subsídio que varia entre R$ 14.354,00 e R$ 21.531,00, conforme o tempo
de serviço. “A Polícia Militar do Paraná
passará a ter o segundo maior salário entre as corporações de todo o país,
ficando abaixo apenas do Distrito Federal que é uma situação a parte, recebe
apoio financeiro direto da União”, afirmou o secretário da Administração e
Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani.
Para o investigador que ingressa na Polícia
Civil (5ª Classe), o subsídio inicial será fixado em R$ 4.020,00. Da mesma
forma, com o passar do tempo, ele poderá alcançar um subsídio de R$ 8.196,00,
levando em conta promoções e progressões ao longo da carreira. Para 2013 o
valor inicial para ingresso será de R$ 4.502,00. Para os delegados, o subsídio de ingresso (4ª
classe), será de R$ 13.831,00. Ao longo da carreira o subsídio pode chegar a R$
21.615.
No caso dos peritos oficiais, tem-se o seguinte
exemplo: um perito que ingressa na carreira receberá um subsídio inicial de R$
7.149,00 e com o desenvolvimento na carreira pode chegar a R$ 16.954,00.
SegundoSebastiani, “as novas tabelas são
desdobramentos das apresentadas anteriormente e decorrem do processo de diálogo
franco com os policiais”.
Entretanto, de acordo com o presidente do
Sinclapol (Sindicato das classes Policiais Civis do Estado do Paraná), André
Gutierrez, em uma análise rápida, a resposta da categoria é o descontentamento.
“Se esta for a proposta final estamos descontentes porque não atende nossas
reivindicações. Vamos decidir o que fazer em reunião”, disse Gutierrez. Os
policiais civis convocaram a assembleia para a próxima terça-feira (06) para
decidir qual será o posicionamento da categoria.
Uma greve em um primeiro momento é descartada
porque a polícia ainda está recorrendo da liminar expedida pelo presidente do
Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador
Miguel Kfouri Neto, que considerou ilegal a paralisação que aconteceria
durante o Carnaval.
“Vamos até Brasília porque não se trata apenas
de um direito nosso, o presidente do Tribunal de Justiça violou a Constituição
Federal”, afirma Gutierrez.
A reação da Polícia Militar foi um pouco mais
amena que a da polícia civil.. O presidente da Associação de Defesa dos
Policiais Militares (Amai), coronel Eliseu Furquim, já tinha anunciado que os
valores estavam abaixo do esperado e que uma assembléia marcada para amanhã irá
decidir o destino da categoria. “Os valores são os mesmos e os defeitos também.
O piso é insuficiente, o prejuízo já acontece no início da carreira que se
reflete em toda ela. No total, serão acrescidos R$ 10 milhões na folha de
pagamento”, declarou. Segundo o secretário Sebastiani a Polícia Militar do
Paraná passará a ter o segundo maior salário entre as corporações de todo o
país, ficando abaixo apenas do Distrito Federal.
Enquanto
a assembleia dos militares não acontece, a categoria organizou mais uma vigília
hoje, às 19h30, em frente ao Palácio do Governo. O convite do movimento,
divulgado durante a semana, dizia que “mesmo o governo apresente uma nova
proposta, esta não atende as necessidades da categoria que continua a sofrer
perdas salariais e pode deixar de ter plano de carreira dentro da PMPR”.
O
presidente do Sinpoapar (Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do
Paraná), Ciro Pimenta, declarou que ainda é cedo para dar uma resposta e que
pretende discutir a tabela com a categoria.
A
proposta estabelece uma nova forma de remuneração, por meio do subsídio e será
encaminhada para apreciação da Assembleia Legislativa e deve ser implantada a
partir de 1º de maio.
Negociação
– A primeira proposta do governo, apresentada no dia 15, foi considerada
insatisfatória por todas as categorias. O governo estadual propôs um aumento
salarial de 23,5% para policiais militares e de 26% para os civis, em que já
estavam inclusos os 6,5% de reposição da inflação. Para a Polícia Científica
era de 8 a 15% para peritos oficiais e de 28 a 31% para auxiliares de perícia.
Nenhuma das polícias aceitou e a mesa de negociações foi aberta. A Polícia
Civil chegou a votar um indicativo de greve, que não aconteceu devido a uma
liminar do Tribunal de Justiça, que considerou a paralisação ilegal.
Menos radicais, os policiais militares
descartaram uma greve da categoria desde o início das negociações. Durante todo
o período, eles fizeram manifestações e vigílias em